Onde Está A Alma, Abelão? (15/09/2017)
O Fluminense terminou 2016 sem riscos de rebaixamento, mas jogando um futebol tedioso, arrastado e medíocre. Abel Braga chegou e criticou o que viu em nosso time: ?O Flu precisa jogar com alma, e é isso que eu prometo?, disse Abelão, empolgado.
Infelizmente, o que temos visto no Campeonato Brasileiro, à exceção de alguns jogos (como aqueles contra o Atlético Mineiro), é exatamente a mesma coisa. Jogadores arrastando-se em campo, inseguros como contra a LDU, ou aparentemente desmotivados, como contra o Vasco e o Vitória.
Achei que o Maracanã cheio, com a torcida incentivando a plenos pulmões, e a perspectiva do pagamento dos três meses em atraso nos salários levariam o time a mostrar algo diferente. Não aconteceu. Parecia mesmo um amistoso sem graça, ou um treino aborrecido e com a ressaca do pós-feriado.
O que está acontecendo, Abelão? Parece que o time não treina, que os jogadores não se conhecem, não há triangulações, deslocamentos, e muito menos jogadas individuais de quem tem condições para isso. Wellington Silva está sem condições físicas para jogar ou sofre de algum tipo de desmotivação?
O único jogador a atuar com garra, a correr e a dar tudo o que tem é justamente o Henrique Dourado. Chega a dar pena, porque ele é obrigado a voltar, a tentar criar suas próprias jogadas, a marcar pesado, quando todos sabemos que é um jogador de área, de referência.
Nossa sorte é que o Barcos parece totalmente fora de forma, até com as pernas mais finas, como se estivesse parado há muito tempo. Não soubemos aproveitar nem mesmo a aparente fraqueza técnica do goleiro Nazareno, que estava louco para tomar um outro gol.
Nem parecia jogo de taça sulamericana porque, em vez da violência e da pegada habituais, o que acontecia em campo era troca de gentilezas. O absurdo cartão amarelo que Henrique Dourado tomou foi por uma disputa de bola pelo alto em que ele estava de costas para o adversário!
Mas arbitragens ruins são comuns nessas copas de várzea que são os sulamericanos. Até gostei do cartão tomado pelo Ceifador e que o tirou do jogo de ida, porque não podemos perdê-lo no Brasileirão. Se nosso time já está borocoxô com ele, que se mata em campo, imaginem sem ele!
Resta um consolo: desta vez, não podemos reclamar do Luís Carlos Júnior, que foi muito tricolor ao longo da narração. Um verdadeiro torcedor, à semelhança dos outros narradores em jogos dos paulistas ou do Flamengo.
O time da LDU é muito ruim, pior do que o nosso. Mas nós vamos enfrentar um velho fantasma lá em Quito: a altitude, com a diferença no peso e na velocidade da bola. E eles sabem disso, e vão querer tirar proveito.
Antes, outro desafio: o Patético-PR e seu gramado sintético da Arena da Baixaria, no domingo.
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