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Abelão Precisa De Um Período Sabático (31/08/2017)

Quem se dá ao trabalho de ler o que escrevo, sabe que sou há muito tempo um admirador assumido de Abel Braga ? mais do que do treinador, do homem Abel, do seu caráter, dignidade e capacidade de agregar. Mas, diante da imagem do técnico nessa derrota contra o Londrina, fico imaginando se ele não precisa de um período sabático.

O abatimento de Abel era impressionante, diante do desastre que era o Fluminense, um time mal treinado, com jogadores inexperientes parecendo perdidos em campo. A entrevista dele depois do jogo também demonstrou uma certa desorientação. Talvez a carga esteja pesada demais para quem sofreu uma perda tão grande.

O fato, amigos, é que a diretoria precisa considerar uma conversa com o técnico, saber se ele realmente tem condições de prosseguir agora com o trabalho. Porque o time não é uma maravilha, mas pode render mais do que isso que temos visto, e me pergunto se não seria o momento de tentar um Fernando Diniz, um Jorginho Pastor.

Com todo o respeito ao grande tricolor Abel Braga, e falando sem ter conhecimento próximo, penso que talvez fosse o momento de ele dedicar um pouco mais de tempo a si próprio, à sua família, viajar um pouco, talvez. Acredito também que esse grupo de jogadores precisaria de um choque de energia, de inovação, de espírito.

Ao ler a entrevista do ex-goleiro Leo Percovic, contratado para cuidar do sub-21, ficamos sabendo detalhes do fim do mundo que era o time de 1996, ano do primeiro rebaixamento. As viagens eram de ônibus, as refeições eram em postos de gasolina na beira da estrada, os salários atrasavam até seis meses.

Claro que os tempos são outros, os hotéis são quatro ou cinco estrelas e as refeições em bons restaurantes. Mas os atrasos salariais, embora menores, ainda acontecem, e a impressão que temos é de que Abel está sozinho. Quero dizer com isso que o foco do clube não é mais o futebol jogado em campo. Perder ou ganhar, tanto faz.

Um outro ponto da entrevista do Leo Percovic que me assustou é que ele passou um ano no Fluminense e nunca viu o presidente, nem sabia quem era. Eram os jogadores e o técnico. O presidente atual aparece, sim, os jogadores o conhecem. É pouco, no entanto.

E os outros, o vice de futebol, o gerente executivo, sei lá o nome do cargo do Alexandre Torres? O elenco conhece os objetivos do Fluminense, além de vender quem puder para a Europa?

Tudo bem, é importante estruturar o clube, dar-lhe uma organização empresarial. Mas e o time, a competição, a paixão do torcedor, os objetivos do Fluminense? Coisas que também motivam o jogador em campo. Somos o único time do país que deixa o adversário jogar, que atua passivamente, que não tem variações táticas.

Infelizmente, o momento de Abelão indica que ele não tem respostas, que está perdido, errático. O fardo é muito pesado. Precisa de um tempo. E sozinho como está, tudo fica mais difícil.

Temo pela sequência do campeonato, com salários em atraso e o grupo meio sem rumo. E os times lá de baixo começando a reagir. É hora de acender a luz vermelha. Mas com Veiga e Torres...

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