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O Que Acontece Com A Nossa Base? (17/08/2017)

A contratação do ex-goleiro uruguaio Leo Percovich para cuidar do time sub-20 do Fluminense traz à memória da turma mais velha uma época triste do nosso Tricolor, embora ele não tenha sido responsável por nada. Ao contrário, Leo veio do Bangu, onde fez um grande Cariocão em 1996, como um salvador da pátria.

O Flu vinha mal no Brasileirão de 1996, por culpa das desastrosas diretorias que se seguiram à de Manoel Schwartz, terminada em 1986. Vieram então dez anos de incompetentes vaidosos e irresponsáveis no comando do clube.

Como os patifes anteriores da diretoria haviam quebrado o clube, não havia dinheiro para consertar o estrago daquele péssimo time. Leo chegou cheio de vontade e tentou se impor, mas infelizmente o time não tinha salvação. O desfecho foi a derrota para o bom time do Patético-PR nas Laranjeiras, e que terminou em pancadaria.

A instituição Fluminense F.C. até hoje paga o preço por aqueles anos malditos, por culpa de dirigentes que deveriam ter sido excluídos dos quadros do clube e processados.

Agora, ao ver os últimos jogos da hoje elogiada base do Fluminense desde o ano passado, entende-se por que foram buscar um treinador diferente na Inglaterra, onde Leo estava como auxiliar técnico do Middlesbrough. O sub-20 e o sub-17 não jogam futebol coletivo. É cada um por si, excesso de individualismo e nenhuma noção de conjunto.

Vencemos a Chapecoense pelo Brasileirão sub-20, o que infelizmente o time principal não consegue. Mas foi uma atuação horrorosa, com chutões para o alto, como uma pelada de várzea, sem contar a cera técnica. Nem mesmo jogadores reconhecidamente talentosos, como Mascarenhas, Ramon e Evanílson, conseguiram mostrar serviço.

Pelo menos vimos, pela primeira vez em muito tempo, um bom goleiro, Pedro Paulo, e também o bom lateral direito Diogo, além de uma dupla de zagueiros firme, de bom porte físico e com potencial, Alex e Ibañez. Pena que Alex tenha perdido a cabeça e agredido um adversário, o que lhe rendeu uma expulsão.

Há uns dois meses, vimos o time Sub-17 ser eliminado pelo São Paulo de um desses infindáveis torneios nacionais com uma derrota por 3 a 0, com direito a baile coletivo. O mais chato era ver que nosso time tinha ótimos jogadores ? o problema foi que cada um jogava apenas para si, enquanto o São Paulo mostrava um excelente conjunto.

Um garoto me chamou a atenção, Spadaccio, ou algo assim. Um moleque canhoto que joga pelo lado direito do campo, incrível driblador, com forte personalidade, garra e vontade. Mas o futebol é coletivo e, além disso, ninguém o ajudava e ele tinha que driblar três ou quatro para criar uma jogada de perigo.

Quando a derrota era inevitável, com cada jogador nosso cuidando apenas de si, com o São Paulo tocando a bola e puxando excelentes contra-ataques, Spadaccio (será que é isso mesmo?) exagerou no esforço, machucou-se e saiu de campo chorando, inconformado. Espírito e personalidade o moleque tem. Talento também.

Compreendo que os times da base tricolor têm que ser rapidamente reformulados, porque o aproveitamento nos profissionais tem sido muito acelerado, a renovação é constante. Mas têm faltado, sem dúvida, noções de jogo coletivo e aprendizado de fundamentos técnicos.

O talento inato, que vem do berço com o jogador, precisa ser aprimorado, e a base é para isso.

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É incrível como esses ?jornalistas? dos programas esportivos ignoram o que acontecem no Flu, são voltados quase exclusivamente para Curintcha, Parmêra, São Paulo e Flamengo. Por isso, dizem coisas como ?o time do Flu é como cobertor de avião, é sempre curto; ou ataca ou defende?.

Não sabem que o Flu vendeu seu melhor atacante, Richarlison, que formava com Dourado a dupla com maior número de gols do país neste ano. Com isso, vai ter que se reinventar no meio do campeonato, inclusive porque vai perder também Wendel. Mas Robinho não é Richarlison. É quase um meia, não é atacante de velocidade.

Na coluna passada, levantei a suspeita de que Wellington Silva pudesse ter jogado contra o Santos de má vontade. Porém, amigos me alertam de que poderia estar sentindo a lesão, porque é um rapaz de caráter e não sabotaria o time. Faz todo sentido.

Pelo menos, acredito que não cairemos no fim do ano...

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