A Uti Financeira. (07/08/2017)
Foi uma boa vitória e uma atuação com ótimos momentos dos nossos melhores jogadores, Wendel e Wellington Silva. Mas os velhos defeitos estiveram escancarados, como a insegurança dos nossos dois zagueiros e a marcação frouxa no meio de campo.
E que pena, tomara que o ótimo Marquinhos Calazans não tenha rompido os ligamentos cruzados. É um jogador de muito futuro e de bastante inteligência tática, que está em evolução e vai dar samba.
Dito isso, meus amigos, quero confessar que estou muito preocupado com a situação do clube. A venda do Richarlison não vai resolver o problema financeiro, e os salários voltarão a atrasar. Os 23 milhões já estão praticamente todos comprometidos com velhas dívidas e com a folha. Se não, vejamos:
Sete milhões e meio de reais serão para o pagamento da folha de julho. Uma outra parte servirá para pagar direitos de imagem atrasados há três meses e mais prêmios do ano passado. Digamos que essa grana chegue a três milhões. Já temos aí comprometidos 10 milhões, para sermos otimistas.
Cinco milhões e meio é quanto o Fluminense ainda deve a Pedro Antônio pela construção do CT. Chegamos a 15,5 milhões de reais, em um cálculo impreciso, mas próximo da verdade.
Um outro problema, da maior gravidade: o Profut, o programa de renegociação e facilitação do pagamento das dívidas fiscais (aquelas com o governo), terá suas prestações mensais dobradas a partir de agosto. Chutemos aí algo em torno de três milhões por mês, em um cálculo ultraotimista. Dezoito e meio milhões a serem gastos em agosto. O cálculo não é preciso, é de um tricolor quase em pânico.
Sabemos todos, segundo o próprio orçamento anunciado pelo clube para 2017, que o rombo total é de 70 milhões de reais. Ou seja, somando-se as previsões de gastos com as previsões de receita, ao final do ano faltarão 70 milhões.
A venda de Richarlison reduz o déficit a, digamos, 50 milhões. Será preciso negociar outro jogador, claro, e dificilmente alguém do nosso elenco, hoje, custará 50 milhões.
Para agravar a situação, o Fluminense é hoje um dos poucos clubes grandes do país que têm grandes prejuízos semanais com bilheteria, com o público nos estádios.
Minha conclusão é de que o Flu poderá voltar a atrasar direitos de imagem até outubro, e terá que recorrer, mais uma vez, a empréstimos bancários suicidas ou a antecipação de cotas da Globo, o que é também uma forma de suicídio financeiro. É urgente a captação de novas receitas ? o início do contrato com a Under Armour não resolve.
Eu me pergunto: onde estão os empresários que participaram da campanha, o Grupo Base? Cadê os dirigentes de grandes empresas que apoiaram Cacá Cardoso? Ninguém quer que eles metam a mão no bolso e deem dinheiro ao clube. Nada disso. O que queremos é que ajudem a encontrar patrocínios, apoio de empresas.
O Botafogo vem sobrevivendo graças a isso. E lá impera o mecenato, à moda antiga. A família Moreira Salles está pagando contas e vai comprar um CT pronto para a cachorrada em Vargem Grandes. Seis ou sete campos, alojamento, academia piscina etc.
O Flu foi abandonado por seus torcedores mais qualificados...
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