Primeiro vamos cuidar de Abel Braga, o nosso grande comandante, que passa pelo pior momento de sua vida. Ele deve dirigir o time contra o Sport nesta quarta-feira, o que é impressionante, mas não representa surpresa para nós, que conhecemos o caráter e a força do Abelão.

Há várias formas de encarar o luto profundo. Uma, aliás bem comum, é a depressão total, o afastamento da vida social e profissional por um bom tempo. Uma outra é o oposto, mergulhar no trabalho, como forma de afastar a dor e esquecer um pouco a perda, ?distrair a cabeça?, como se diz popularmente.

Abel, que não é uma pessoa comum, parece ter escolhido a volta ao trabalho e o convívio com os garotos do Fluminense, que ele trata como um pai severo, mas carinhoso.

Achei que este seria mesmo o caminho dele, embora haja a imensa preocupação com a mulher, Cláudia, que não pode ficar isolada em casa mergulhada no sofrimento. E o outro filho, Fábio, claro. Mas este já é adulto, jovem, cheio de vida, e terá seus próprios meios de vencer a dor.

Força, Abelão, que você tome a melhor decisão para você e sua família nesta hora difícil. Por mim, ficaria no Flu até não querer mais, como técnico e depois como diretor-técnico, supervisor, alguma coisa assim.

Sobre a venda de Richarlison ao time que já foi de Elton John, digo que era inevitável pela situação de calamidade financeira do clube. E o próximo será Wendel, por preço certamente inferior a R$ 30 milhões. Pelo menos, não perdemos também o Wellington Silva, ou nosso time estaria destruído e no rumo da segunda divisão.

Sobre o Watford, é um time de terceira linha na Inglaterra, de uma cidade vizinha a Londres. Bem pertinho.

Torcedor desde a infância, Elton John virou presidente em 1973, mas comprou de vez o clube em 1977 ? tirou-o da quarta divisão, cheio de dívidas, e o levou à primeira divisão e à disputa do que hoje é a Liga Europa.

Os gozadores diziam que Elton gastou a grana e comprou o Watford porque queria observar os jogadores no banho e pensar: ?Tudo isto é meu!?.

Pura intriga homofóbica. Ele é realmente um torcedor apaixonado.

Vendeu suas ações em 1990 e o time voltou à insignificância, embora esteja na Premier League, a primeira divisão inglesa.

Richarlison vai ter que correr sozinho no ataque de um time que atua na retranca e lançando bolas para um sprinter. Como fez o Leicester com o Vardy. Se for bem, poderá ser comprado por um time médio. Se for muito bem, por um time grande, talvez italiano ou espanhol.

Para a carreira dele, não será bom. Vai ficar escondido e sem parceiros para jogar ou lhe proporcionar bons lançamentos. Seleção Brasileira, pode esquecer. Que pelo menos faça um bom pé-de-meia, que lhe dê para sempre uma vida confortável e à sua família.

Quanto a estádio, meus caros, podem esquecer. Não há nada no horizonte. Nem haverá.

A semana é decisiva para o Fluminense. Em caso de derrotas nos dois próximos jogos, poderá entrar no Z-4.

É preciso terminar o primeiro turno com, pelo menos, 27 pontos. Para conseguirmos pelo menos 20 no segundo turno e escapar do pior.

Menos do que isso, parece suicídio...

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