É uma pena, mas o estádio do Fluminense subiu no muro. De um lado, houve excesso de empolgação de alguém habituado a tomar decisões unilaterais, como empresário de sucesso, pouco afeito ao contraditório e pouca disposição para negociar.

Alguém acostumado a fazer acontecer.

Do outro lado, alguma falta de habilidade e um estilo de administração que talvez não tenha o ritmo decisório necessário a um clube de futebol.

Quem perde é o Fluminense ? e perde uma oportunidade de ouro, um espaço público que estava bem encaminhado. É muito difícil uma recomposição, mesmo com tentativas acontecendo ao longo da quarta-feira.

Pode acontecer, mas não é o mais provável.

O Fluminense deve a Pedro Antônio R$ 5,3 milhões pelo centro de treinamento, que ainda não está pronto. Faltam os muros, a rua de acesso e a portaria principal para a Avenida Ayrton Senna, a hotelaria (os quartos para os atletas, que permitirão aos jogadores descansar depois do treino matinal e servirão como concentração), a sala de imprensa e o terceiro campo.

Falta também o refeitório, para que seja possível realizar treinos em tempo integral sem que os jogadores saiam do CT. Pedro Antônio seria o candidato da Flusócio à sucessão de Pedro Abad.

Desde as primeiras reuniões dos dois dirigentes no gabinete do secretário de Urbanismo, Índio da Costa, e seu chefe de gabinete, Jackson Vasconcellos, ficou claro que havia divergências. Isso ficou ainda mais evidente na reunião da semana passada no clube com conselheiros.

A diretoria do Fluminense considerou o local impróprio e o projeto, estádio para 22 mil pessoas, inadequado. Segundo membros da diretoria, havia espaço melhor e maior até mesmo no Parque Olímpico. Um estádio com 22 mil lugares também era insuficiente, porque seria necessário criar área para cadeiras cativas, para associados e restaria muito pouco para o torcedor comum.

Pedro Abad não gostou das entrevistas de Pedro Antônio à mídia, expondo o projeto e as divergências com a diretoria.

O clube continuaria dependente do Maracanã para jogos com maior apelo. Pedro Antônio alegou que seu projeto poderia ser executado imediatamente, era uma oportunidade que não poderia ser desperdiçada e a custos perfeitamente realizáveis.

Irritado com o que considerou intransigência de Pedro Abad, Pedro Antônio desligou-se do clube.

Tudo para o Fluminense é sempre muito difícil...

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