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Vamos Adiante, Com Muito Sofrimento... (26/06/2017)

Depois de quase 20 anos escrevendo esta coluna, boa parte delas após os jogos do Fluminense, eu já sabia que não vale a pena escrever sob a frustração e o calor de uma derrota, e nem sob a euforia de uma vitória. Corremos o risco de ser injustos ou otimistas demais, principalmente depois de uma cervejas. Foi o que aconteceu no jogo contra os bâmbis.

Sim, foi uma das duas piores atuações do Fluminense, no mais fácil dos jogos ? mais fácil até do que aquele contra o Avaí. Mas peguei pesado demais com os jogadores que não tiveram uma boa atuação, o que não é justo. Também exagerei ao criticar duramente decisões e supostas omissões de Abel.

Por isso, vou refazer. Mas há problemas que são evidentes demais. Um deles, a falta de preparo físico do nosso time, que morre em campo quando chegamos aos 25 ou 30 minutos do segundo tempo.

O time para de jogar, mesmo que tenhamos o domínio territorial e tático do jogo. Ficamos acuados e sofrendo bombardeio, o que aconteceu até mesmo contra o Avaí que, pelo placar, estava liquidado em campo. Cãimbras em jogadores de 19 e 20 anos de idade que estão em ritmo de jogo? Não é possível isso!

Alguns amigos alertam para uma outra possibilidade: contra o São Paulo, terminamos o jogo com um meio de campo formado por Orejuela (totalmente extenuado, arrastava-se em campo), Renato e Marquinho. Ou seja, estávamos sem meio de campo. Uma moleza para o adversário. Era bicão para a frente e salve-se quem puder.

Um outro problema gravíssimo: não consigo entender aquele começo de jogo, que repete nossos piores defeitos. Passes curtos e lentos na entrada da área, sem força, que permitem a antecipação dos atacantes adversários, a marcação por pressão e o desarme. Absurdo.

E a ausência de marcação entre o nosso meio de campo e a defesa? Ali é uma terra de ninguém, onde qualquer meia habilidoso se instala e mata a nossa defesa. Precisamos de um volante de marcação, protetor, para jogar com Orejuela. Wendel iria para terceiro homem do meio, até a volta de Sornoza.

Se o time do São Paulo não fosse tão ruim e nervoso, a derrota seria certa. Abelão também precisa abrir o olho porque, repito, temos o pior preparo físico do campeonato.
Contra o São Paulo, foi a vez de Calazans e Wendel sentirem cãimbras, jovens e com ritmo de jogo. Algo de muito errado acontece nos treinos físicos no CT Pedro Antônio.

Orejuela terminou a partida rastejando em campo, de tão morto. Lucas é uma lesma paralítica perto de Leo Moura, de Zé Roberto e de outros quarentões. Está repetindo sua passagem por Cruzeiro e Parmêra, quando começou bem e caiu a zero com a sequência dos jogos.

Henrique não se aguenta em pé, não ganha uma bola na cabeça, sobrecarrega o Reginaldo, inexiste como zagueiro. A falha que cometeu no gol dos bâmbis é imperdoável. Perde no entrechoque para jogadores dez quilos mais leves. Não se impõe como zagueiro. Nem parece que já foi convocado várias vezes, inclusive para copa do mundo.

Leo Pelé precisa de treinamentos técnicos e até físicos. Tem enormes dificuldades de chegar à linha de fundo, até pelo biótipo. É grande e forte para um lateral, o que lhe tira um pouco da mobilidade e do jogo de cintura. Mas ainda não desisti dele, embora veja mais futuro no Mascarenhas.

Ou seja, hoje, em nossa defesa, o Reginaldo joga praticamente sozinho. Quando falha, ou não está nos melhores dias, é um deus nos acuda. O goleiro Júlio César tem defeitos técnicos que não consigo compreender, e que um bom preparador de goleiros poderia ajudar a resolver. O maior deles é que não sabe repor a bola em jogo. Erra todas, seja com a mão, seja com o pé.

Júlio César tem mania de passar a bola com a mão para os laterais e zagueiros muito perto da área e sem força. Um convite à marcação por pressão por parte do adversário. Ainda vamos lamentar muito isso. Também sai mal do gol ? quando sai. Porque não parece ter noção do tempo de bola.

Orejuela, como já disse, não tem demonstrado preparo físico para jogar uma partida inteira, ainda mais sobrecarregado como anda. A partir dos 25 minutos do segundo tempo, nosso time morre e desiste do jogo. Contra o São Paulo foi ridículo, parecia um daqueles treinos sem adversário. Ninguém marcava.

Gustavo Scarpa ainda não recuperou preparo físico e nem o ritmo técnico de jogo. Erra passes, carrega muito a bola, ajeita demais com três ou quatro toques, quando a jogada às vezes pede um passe de primeira. Também cansa no segundo tempo e desaparece do jogo. Mas é um jogador precioso, diferenciado ? precisa de atenção.

A favor do Abel e da comissão técnica é preciso que se reconheça que não há tempo para treinar. Bom, há sim, mas não é muito tempo. Jogadas de precisão, como cobranças de falta, direto ao gol ou na cabeça de quem chega à área, não são tão desgastantes.

Henrique Dourado poderia ter deslanchado na artilharia. Mas foi aquele Ceifador que vimos ao longo do ano passado: lento, apático, brigando com a bola, errando tudo, tomando decisões equivocadas. Normal, a marcação foi dura, desleal e todos têm direito a um mau dia.

Naquela bola que Richarlisson pôs na cabeça dele no primeiro tempo até o Abel marcaria. Ajeitou o corpo, fez pose, e...cabeceou em cima do goleiro.

Para nossa sorte, alguns dos nossos jogadores foram muito bem, como o Reginaldo na parte defensiva, o Wendel (como sempre, espetacular) e o Marquinhos Calazans, que executou função tática de forma perfeita, desarmando e voltando na hora certa. Richarlisson lutou sozinho no ataque.

Não entendo a implicância de alguns tricolores com o Richarlisson. O cara é alma de nosso ataque, sem ele e Wendel nosso time se torna totalmente inofensivo.

Mas mostramos muito pouco para vencer qualquer time de primeira divisão. Pelo que vimos, Wellington Silva vai demorar a ganhar ritmo de jogo e é provável que Richarlisson vá para a Roma. Podemos ainda perder o craque Wendel.

Volto a pedir aos tricolores: quem tem fé, quem é religioso, que reze, porque a situação está feia. É tudo o que podemos fazer e eu, infelizmente, sou ateu.

Como sempre, o ladrão Anderson Trabuco e seus bandeirinhas nos roubaram. Alguns vão dizer, ah, mas ele poderia ter marcado um suposto pênalti no Jucilei ou no Denilson. Seria caso para intervenção da Fifa na CBF.

Trabuco não marcava faltas ao nosso favor, invertia tudo, e o tal do Lugano quase deu na cara dele por duas vezes. Seria bem-feito. Tem toucinho em lugar de cérebro.

Duríssimo também aturar o débil mental do Alex Escobar fazendo gracinhas idiotas e torcendo pelo São Paulo. Transformou o fraquíssimo lateral direito deles, o tal do Araruta, em craque.

E o garoto é uma merda! Araruta não teve o seu dia de mingau e ainda levou um baile do Richarlisson.

Enfim, um jogo facílimo que desperdiçamos. Aquele mesmo Denilson, que estreou nos nossos profissionais fazendo um gol no Goiás, e que foi vendido quase de graça para o Granada, da Espanha, também não jogou nada pelo São Paulo.

Nem mesmo enfrentando o Lucas (esse Lucas, aliás, ainda vai nos trazer muito desgosto).

Vai ser um segundo semestre de muito sofrimento...

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