Toda a ruína financeira deixada pelo presidente anterior está agora bem clara e vai afetar decisivamente o futuro imediato do Fluminense. Nem vou entrar em detalhes sobre os erros absurdos cometidos por um gestor temerário, incompetente e pouco afeito à verdade. Está tudo exposto.

A que mais irrita a torcida, porque é a que se vê de forma mais clara em campo, é a mentira sobre a venda de Fred, praticamente uma doação ao Atlético-MG. A mentira, imensa, cabeluda, é de que o Flu não poderia arcar com Fred até o final do contrato, quando os salários do centro-avante estariam por volta de R$ 1,1 milhão.

O valor do salário talvez fosse verdadeiro até o ano que vem, mas os absurdos perpetrados depois transformam tudo em uma farsa. Henrique Dourado foi comprado pelo mesmo valor recebido por Fred. Os salários, da mesma forma, altíssimos.

Ficamos sabendo que os mais de R$ 100 milhões recebidos no ano passado, como receitas extraordinárias (luvas de R$ 80 milhões por renovação com a Globo, mais vendas de Kennedy e Gerson), viraram pó. O único efeito visível, concreto, é o centro de treinamento incompleto, inacabado.

É inacreditável o que temos lido sobre a prestação de contas do excelentíssimo ex-presidente, e inaceitável a situação em que o Fluminense se encontra depois de uma receita excepcional, e que não se repetirá. Nem vendendo todos os garotos que têm mercado.

O que vemos hoje, como consequência, é uma espécie de feira livre, com nossos jogadores expostos ao mercado, oferecidos como bananas em cacho, inclusive para clubes brasileiros. Um papel que sempre foi reservado para times pequenos, que dependem da venda de revelações para fechar o balanço do ano.

A busca por novas fontes de receita ou parcerias não existe, a saída é mesmo vender e vender. A falta de receitas, para o Fluminense de hoje, é um fato da vida, como os terremotos, as enchentes, as epidemias, o aquecimento global. Nada se pode fazer, são coisas do mundo, minha nega, como cantaria o vascaíno Paulinho da Viola.

Paralisia total. Humilhação para o clube e para os torcedores, que somos obrigados a ver Richarlison recusando-se a jogar contra o Parmêra, o Campeonato Brasileiro relegado a último plano. Onde estão os empresários que apoiaram as candidaturas Cacá e Abad, cadê o tal grupo Base, do Pedro Antônio?

Sabemos que Fernando Veiga e Alexandre Torres são figuras meramente decorativas, que posam para fotos com camisas comemorativas de Carlos Alberto Torres e nos dão apenas sono e indignação. O único alento, o único flash de vida e energia que vem do Fluminense hoje é Abel Braga. Até quando vai aguentar, não sabemos...

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