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O Que Estão Fazendo Com O Fluminense? (31/05/2017)

É muito fácil expulsar jogador do Fluminense. Qualquer borra botas que vem de suspensão em São Paulo por ter dado o cartão amarelo ao jogador errado chega no Maracanã, jogo decisivo, e expulsa nosso zagueiro aos quatro minutos de jogo por uma falta de cartão amarelo. Ninguém respeita mais o Flu.

Durante todo o primeiro tempo, pelo menos dois jogadores do Grêmio fizeram faltas mais violentas, mas só a segunda mereceu o amarelo. E só depois de muita pressão dos nossos jogadores. Uma entrada criminosa do tal de Kannemann, por trás, no Henrique Dourado.

Mas é preciso que se diga a verdade: o time começou bem, mas é absurda a ausência de jogadores para impedir o contra-ataque, como aconteceu no lance da expulsão. Time verde, completamente imaturo, e com jogadores sem nível de Fluminense. Não teríamos chance, mesmo com o time completo.

Não entendo a demora do Abel de lançar logo o Gum na zaga com o Henrique. Já sei, já sei que os radicais que defendem a crucificação do Gum vão parar imediatamente de ler. Paciência. O problema é que há o singelo detalhe (detalhe?) de que Gum foi bicampeão brasileiro com o Flu.

O outro problema é que Nogueira e Renato Chaves não têm condições de ser titulares. Todo jogo é um desastre defensivo. O Gum se impõe fisicamente, não perde bolas altas e é experiente. Contratações sabemos que não vão acontecer, então por que não usar o que temos de melhor?

A torcida histérica do gordo locutor da Fox Sports para o Grêmio deve ter constrangido até o PVC. Dava faniquitos, gritinhos. Tão ruim quanto o debilóide que narrou o primeiro jogo lá no sul. Eles esquecem que há torcedores do Flu que assinaram a tevê e pagam pra ver e ouvir o lixo que vomitam.

Quando o atual presidente do Botafogo assumiu, o clube estava destruído por dívidas antigas e depenado pelo tal protético ladrão que o roubou por todo o mandato. Salários atrasados, elenco de segunda divisão.

Aliás, ele pegou o time na segunda divisão. Antes de terminar seu mandato, os salários estão em dia, as divisões de base têm melhores resultados do que as nossas, recuperaram o Engenhão (que foi pintado com as cores horríveis deles), o time subiu e se classificou para a Libertadores.

Fizeram boas contratações, têm um time até melhor do que o nosso, com algumas exceções. Milagre? Acho que não; competência, talvez. Já o nosso Fluminense parece condenado à irrelevância, à perda de substância, à apatia, ao conformismo. Os direitos de imagem atrasados há praticamente cinco meses foram pagos. Mas vão atrasar de novo.

Há excelentes jogadores no time, como Wendel, Wellington Silva, Sornoza e Richarlisson, e alguns até razoáveis, como Henrique, Leo, Orejuela, Scarpa e Dourado. E acabou. Não temos também elenco para um campeonato longo como este Brasileirão e nem para um mata-mata duro como Copa do Brasil ou Sulamericana.

Até os carrapichos do gramado das Laranjeiras sabiam que se dois ou três dos melhores se machucassem, teríamos problemas. Os entulhos ao lado dos campos CT também tinham conhecimento de que não temos um zagueiro central e um lateral direito à altura.

Por que o Botafogo e o Vasco puderam, e o Fluminense não? Nem discuto o Flamengo ou os clubes paulistas. É uma pena ver o sacrifício terrível imposto ao Wendel em um jogo como o de hoje, lutando praticamente sozinho no meio de campo, em um jogo completamente perdido.

Como tirei o som para não ouvir o gordinho safado da Fox Sports, não sei se Wendel estará fora do jogo de sábado. Por que somos o único clube da Série A (e talvez inclua-se aí também a Série B) sem patrocínio máster? O São Paulo começou o ano com direitos de imagem atrasados e sem patrocinador máster. Resolveu os dois problemas e já vai gastar R$ 7 milhões com um zagueiro.

O Santos também. Um tricolor que escreve no blog da Flusócio, Sylvio Montenegro, foi preciso: é professor da Uerj, está com salários atrasados e não recebeu décimo-terceiro. Pois nada disso o rebaixou: está conseguindo receitas extras e não admitiu queda em seu padrão de vida e de sua família.

No Fluminense, a reação à falta de receitas é de fatalismo: não temos e pronto, é um fato da vida, vamos nos conformar. O Abel que se vire. Sei que vão me acusar de ?fazer política? neste texto, o que é uma bobagem. É a mais pura verdade, e não acredito que outra chapa vencedora nas eleições iria fazer melhor. Não iria.

Mas isso não exime a direção do Fluminense da inépcia total. Paralisia. Parece uma maldição, desde Manoel Schwartz não temos uma diretoria digna do nome. Minto, o primeiro mandato de David Fischel foi notável. Fez o clube renascer das cinzas. Depois ele se perdeu.

Portanto, tirando o primeiro mandato de Fischel, desde os anos 80, com Schwartz, não temos uma diretoria digna do nome. Não temos quadros, dirigentes de peso. E isso é fatal para um clube de futebol ainda grande.

Eu sei, eu sei que elogiei muito o time em artigos anteriores. É que, como torcedor, eu adoro ilusões, imaginar que estamos melhor do que realmente estamos. Caí na real.

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