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Legião E Bravo (24/01/2016)

Assistindo a um vídeo da torcida do Flu, no Facebook, cantando animada a canção que fala "desde que eu nasci te acompanhei", fiquei pensando no fenômeno ocorrido nas arquibancadas tricolores.

Até os anos 80, pelo menos, as torcidas organizadas tradicionais faziam festas memoráveis no Maracanã. Era comum eu me deslocar para a região atrás do gol para ficar próximo de uma delas. E era fantástico! Elas realmente empolgavam os jogadores em campo e os demais torcedores nas arquibancadas e gerais de um Maracanã que não existe mais. Levavam pó de arroz e papéis picados. Em decisões, especialmente, o estádio ficava bonito demais!

Não vou entrar aqui no mérito das razões do que viria a ocorrer, mas o fato é que o encanto acabou. As torcidas passaram a cantar mais a si mesmo que o Fluminense. A violência parecia mais importantes que a vitória do time em campo. Nossa torcida andava triste. Envelhecida, talvez.

Por volta de 2006, já morando em São Paulo, ouvi falar que havia novidades. Algo estava mudando. Aquele movimento viria a ganhar força e tomaria a torcida tricolor de assalto em 2007, na campanha vitoriosa da Copa do Brasil. Músicas novas, diferentes do baticum meio funk em que haviam se transformado os cânticos nos estádios. Letras sem grosserias ou alusões à violência. Apenas amor ao Fluminense. Aquilo era realmente uma novidade alentadora.

Surgia o movimento Legião Tricolor, do qual já tratei mais de uma vez neste espaço.

"Horto Mágico" era o que mais se ouvia em 2007. "Aquarela" embalou os jogadores na campanha da Libertadores em 2008, juntamente com "Fluminense eterno amor" e muitas outras. "Rádio pirata" deu o tom na partida do título de 2010, no Engenhão. Anunciação, Vamos beber, versão de Yellow Submarine e muitas outras estavam na ponta da língua dos torcedores que costumam frequentar os estádios.

O que houve depois, para mim é confuso. Não sei explicar direito. Surgiu a Bravo 52, com uma proposta muito semelhante. Começamos a ouvir falar menos em Legião e mais em Bravo. Li em algum lugar que a Bravo foi uma dissidência, pelo fato de as pessoas do Legião terem se envolvido na política do clube. Na minha modesta opinião, não seria motivo. Quanto mais tricolores apaixonados envolvidos na política do clube maior a possibilidade de ela defender os interesses dos que amam as nossas cores.

Mas isso não importa. O que importa é que tanto Legião quanto Bravo mudaram a cara da nossa torcida. Rejuvenesceram-na.

Se aceitam apenas "um toque", dependendo do momento do jogo ? time em desvantagem no placar ou no meio de uma tentativa de reação, por exemplo - nada substitui o bom e velho "NENSÊÊÊ".

Mas o fato é que esses movimentos vieram para ficar e para empolgar. E neste período sem futebol, dá uma saudade enorme das grandes festas da torcida do Fluminense.

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