Em Primeiro lugar gostaria de me desculpar com os amigos pelo longo tempo ausente desse espaço. Estava colocando em prática o antigo sonho de escrever um livro. Ele ficou pronto, ou melhor, a primeira versão, pendente de revisão, em novembro. Até lá estive com todos os meus momentos de folga comprometidos. Trata-se de um romance, não exatamente sobre o Fluminense, embora seja o clube de coração do personagem principal. Pretendo tentar publicá-lo no primeiro semestre de 2015.

Muita coisa aconteceu deste o último texto que publiquei aqui, na ocasião do falecimento do Assis. Infelizmente nada muito animador em nosso clube. Terminamos o ano de 2014 sem títulos e sem a patrocinadora.

A parceria com a Unimed sempre foi polêmica. Eu mesmo, que sempre fui a favor, reconheço que a relação poderia ter sido muito mais proveitosa, não fossem alguns caprichos inexplicáveis de Celso Barros e até alguns rompantes de ?sou eu quem manda? de dirigentes do clube.

Lembro bem que o então presidente, o falecido David Fischel, muitos anos atrás reuniu-se com alguns tricolores que eram próximos de mim na época, informando que Celso queria contratar o Pedrinho. O grupo foi unânime ao pedir que não fosse feita a contratação, pois embora já tivesse sido um grande jogador, seu histórico de lesões não o recomendava. O então presidente saiu convencido, mas o jogador veio para as Laranjeiras. Situação muito semelhante aconteceu com o atacante Caio. Mais tarde, a vinda polêmica foi a de Felipe.

Foi uma parceria curiosa. Não há dúvidas de que ela colocou o Fluminense num patamar acima para um clube que vinha de sua fase mais negra, com três títulos nacionais e várias passagens pela Libertadores, inclusive uma final. Por outro lado, foram quatro disputas ponto a ponto contra o rebaixamento. Vivemos esse pesadelo em 2003 (salvação na última rodada), em 2006 (penúltima), 2009 (última) e em 2013. Nesta última a salvação veio só depois do campeonato encerrado, com a ainda mal explicada - que pelo jeito jamais será - coincidência envolvendo Flamengo e Portuguesa.

Também não podemos deixar de citar a incrível insistência em Renato Gaúcho, em várias oportunidades, contra a vontade da maior parte da torcida, e a insistência com Luxemburgo em 2013, quando o barco estava afundando. O time de 2013 e 2014 era insosso. Uma curiosa salada de jogadores consagrados que por vezes não queriam jogar, simplesmente. Talvez por não terem mais mercado na Europa, não terem grande interesse pelos mercados emergentes da Ásia e terem o salário alto demais para outros clubes brasileiros. Viviam no Rio de Janeiro, com um salário milionário e poucas cobranças, exceto da torcida. Mesmo essas, eram rechaçadas ferozmente na imprensa.

Times caros que não deixarão saudade.

Céu e inferno. Assim foram os anos de Unimed. Eu, sinceramente, preferia que ela ficasse. Aquela sensação de poder, de saber que o Fluminense tinha condição de disputar qualquer jogador com qualquer clube brasileiro, era muito boa. Eu ainda preferia toda aquela oscilação do que a incerteza que temos agora.

Consigo vislumbrar alguns cenários, uns bons e outros ruins.

O melhor de todos é que o Fluminense consiga finalmente dar seu grito de independência e montar times não tão caros mas competitivos, como o Cruzeiro atual, mesclando jogadores consgrados com pratas da casa e promessas garimpadas de outros clubes. Fernando Simone é uma aposta excelente. Já provou competência e pode ser a grande ponte entre a base e o profissional. Resta saber se ele vai conseguir trabalhar no mar de interesses e vaidades que é o Fluminense de hoje.

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