Ou Mudamos, ou Morremos - 26/08/2018

O Fluminense precisa definir seu futuro, se continua como clube de expressão no futebol brasileiro, ou se acomoda de vez na mediocridade e na desimportância.

Estamos morrendo, o Flu não tem mais relevância nas disputas nacionais. Mas não sei se a próxima gestão será capaz de analisar o quadro e fazer o que é necessário.

Não podemos mais conviver com o parasitismo dos chamados #esportes olímpicos# e do clube social, que suga as energias e as finanças do futebol. Mas não acredito que alguém tenha coragem de tomar algumas decisões importantes e afirmar o Fluminense como um clube de futebol relevante. Não em futuro próximo.

Os tais #esportes olímpicos# tiveram sua história no clube, revelaram grandes times e jogadores de vôlei e basquete; sim, já fomos gigantes nos esportes aquáticos, como water-polo, no tiro. Mas foi em uma outra época, em que o profissionalismo no futebol engatinhava e o Rio de Janeiro era nosso.

Hoje, montar um time de vôlei feminino, e ver pelo Sportv as meninas tricolores serem surradas de forma implacável por times desconhecidos do interior paulista, isso só desmoraliza a marca Fluminense. Aceito contestações e críticas pesadas de quem pensa diferente, desde que sem agressões pessoais.

O clube social deve ser mantido, até em respeito aos sócios e para manter uma boa relação com a vizinhança, nas Laranjeiras. Aceito, com restrições, o argumento. Mas será que é preciso manter toda aquela estrutura decadente em uma área tão valorizada? E com uma parcela enorme de sócios que torcem no futebol contra o Fluminense?

Fico deprimido quando sou obrigado, de vez em quando, acertar algumas contas na secretaria do clube. Moro em Brasília e sou sócio contribuinte. Sou atendido por funcionários mal-humorados e que não gostam do clube.

É uma opinião que compartilho com alguns amigos tricolores: por mim, o Flu venderia boa parte daquela área, quitaria o principal da dívida e investiria o resto, caso sobrasse algo, no CT e em Xerém. Meu sonho seria ver o Fluminense como uma empresa, de capital aberto ou fechado, com dirigentes prestando contas a acionistas.

Preservaria um pedaço das Laranjeiras, principalmente o museu do clube, o centro de memória melhor arranjado fisicamente, uma loja caprichada de produtos do Fluminense. O que fosse fundamental para nossa memória histórica. O resto poderia virar shopping ou condomínio de luxo.

Para tornar o clube uma empresa seria preciso mudar a Lei Pelé e transformar o nosso futebol em algo rentável, com dívidas administráveis. A horrorosa Lei Pelé impede que clubes de futebol virem empresas, e reduz a capacidade gerencial. Mas já há clubes atropelando a lei, como o Figueirense, e até Grêmio e Atlético Paranaense.

O Figueirense foi entregue a um grupo privado estrangeiro, que promete a médio prazo tornar o velho o simpático Figueira em um clube importante no futebol brasileiro. O Grêmio trocou o histórico Estádio Olímpico por uma arena moderna, com CT de primeiro mundo e hotel de cinco estrelas. E acabou com outros esportes e clube social.

O Atlético-PR há muito tem dono: Mário Celso Petraglia. Sim, é um homem de ética duvidosa e que subornava árbitros. Mas dá inveja ver aquela arena da Baixada, espetacular, que atrai torcedores e aumentou de forma considerável a torcida.

Um time médio, como sempre foi o Patético, não teria recursos para construir aquilo tudo. Além de um CT que talvez seja o melhor do Brasil, e divisões de base fortíssimas. Petraglia é bandido, mas é ousado, de vanguarda e pensa à frente dos outros clubes.

Ele chegou a propor a fusão dos três clubes do Paraná, que formariam um único gigante, talvez a maior potência futebolística do Brasil. As palavras são dele. Coritiba e Paraná não toparam. Agora, assumiu a liderança, com outro bandido, Andrés Sanches, para impedir que a CBF intermedeie a venda do Brasileirão para tevês do mundo todo.

Petraglia, Sanches e o Bandeira do Flamengo exigem negociar pessoalmente os valores da venda. O que é o correto. A CBF que ficar com o grosso do dinheiro, um absurdo. O que dá raiva é lembrar que foram Flamengo e o Curintcha do Sanches que implodiram o Clube dos 13 para fortalecer a CBF.

Mas, voltando ao clube exclusivamente voltado para o futebol: alguém ouve falar, por acaso, em um time de vôlei, de basquete, ou de qualquer esporte olímpico, do Grêmio, do Inter, ou do Atlético Paranaense? Todas as energias deles estão voltadas para o futebol.

Sim, reconheço e admito que tudo é mais fácil em estados ricos em que o futebol se divide em apenas dois clubes de massa. Mas no Paraná há três, embora o Atlético esteja, aos poucos, esmagando os outros. Profissionalismo e administração, amigos.

Criatividade, ousadia, ou vamos morrer. Estamos sendo engolidos pelo Flamengo. O tal Consórcio arrota que tem hoje apenas uma fonte de lucro: os urubus. O Fluminense é um estorvo, causa apenas prejuízo. E é incrível que o contrato inicial firmado com eles garantia que o Flu não pagaria para jogar...

Todo centro de treinamento de clubes grandes do país que vemos em fotos tem placas com patrocinadores, anunciantes. Menos o do Fluminense. Dos clubes historicamente gigantes do país, só Fluminense, Vasco e Botafogo atrasam salários hoje. Formam times medíocres.

São grandes apenas na tradição. Não disputam títulos importantes, tornaram-se sacos de pancadas de paulistas, mineiros e gaúchos. Certo, a decadência nossa (e deles, Vasco e Botafogo) tem a ver com a decadência econômica, política e moral do Rio de Janeiro.

Mas o Flamengo está tirando ótimo proveito disso para ser a única força do Rio de Janeiro. Não reconhecer a proximidade do desastre, e deixar simplesmente acontecer, é inaceitável.

Chega de incompetência, arrogância e vaidade pessoal.

Cezar Motta - cezar_motta@uol.com.br


 
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