Olha só! Me recuso a ficar aqui de novo no clichê falando de arbitragem que, corriqueiramente, vem sendo mais notícia que a principal notícia num jogo de futebol. Pra variar, os assopradores de apito foram as estrelas da noite lá em Goiás que, diga-se de passagem, teve outro ator confesso, Aylon, que deveria ganhar um óscar pela bela e convincente representação, ao menos aos olhos do outro artista, do sr. Marcelo Aparecido de Souza, de São Paulo. Aliás, esse nome, Aparecido, nos é bem familiar quando se fala em Copa do Brasil, não é mesmo?

O jogo

Como já era percebido e desejado pela maioria dos tricolores, Abel, usando critérios técnico e lógico - começou a partida com Wendel no lugar de Douglas - que esquentou o banquinho de reservas. Aliás, essa nova joia tricolor de 19 anos chegou, pegou a camisa, colocou a bola debaixo do braço e disse: vamos jogar. E como joga esse moleque! Há quem o compare a Carlos Alberto Pintinho - outro craque tricolor dos anos 70 - e a Elias, atualmente no Atlético Mineiro. Esse último, em minha humilde opinião, com muito menos potencial técnico que o nosso prodígio.

No primeiro tempo, a garotada do Flu mostrou o futebol rápido e envolvente que vem encantando o Brasil nesses primeiros meses do ano. Mesmo sem dois importantes jogadores, Scarpa, que há mais de 40 dias desfalca o time, e Richarlyson, contundido, que entrou justamente no lugar do Scarpa e encaixou bem na equipe se tornando um dos principais jogadores na bela campanha tricolor até aqui. Esse rápido entrosamento mostrou eficácia quando por 1 minuto e vinte e seis segundos, o time de pé em pé foi tocando a bola até Welington Silva achar Marcos Júnior na entrada da área que bateu cruzado abrindo o placar para o tricolor.

Tudo ia bem e parecia melhorar ainda mais para o Flu até o primeiro lance, digamos, duvidoso. Cavaliere acabou expulso no fim da primeira etapa, ao sair do gol e derrubar o atacante do Goiás na entrada da área. O lance foi decidido pela interpretação, pra mim equivocada, de que era uma clara e evidente chance de gol. Reparem que o atacante entrava em diagonal e não em linha reta em direção ao gol, e por isso julgo que a expulsão foi injusta. Agora, não se pode ignorar o fato de que o nosso arqueiro foi, no mínimo, imprudente ao entrar de forma atabalhoada no atacante esmeraldino.

Com menos um, Abel sacou o nosso armador, Sornoza, para a entrada do Julho César. Esse, sim. Pra mim falhou feio no pombo sem asa lançado à sua meta, mas que aos meus olhos, pela distância do chute, demorou a chegar na bola. Aliás, o jogo de ontem deixou algumas evidências. A primeira é que o Flu precisa a começar a pensar num goleiro pra vestir o número 1. Outro detalhe é que mesmo a garotada mostrando valor, nosso time está resumido a um time mesmo. Quando se precisa repor peça o Abel está tendo dificuldade, pois o que temos no banco de reserva, não está a altura dos que estão em campo e isso será um problema para a competição internacional, a sequência da Copa do Brasil, mas principalmente o dificílimo campeonato brasileiro que está perto do começo.

Por fim, não acredito que tenhamos problemas para seguirmos adiante na competição. Semana que vem, no Maraca e diante da nossa torcida, a tendência é que prevaleça a maior categoria do nosso time. Pra isso, é preciso que o Flu faça, com naturalidade, o que vem fazendo nos jogos decisivos no ano, para continuarmos felizes. Mas tá afunilando e os jogos vão exigir mais e mais. Vamos reagir diretoria!

Pessoal, boa Páscoa a todos e até o próximo encontro.

Marcos Cabidelli Jornalista - marcoscabidelli@gmail.com

Marcos Cabidelli, 43 anos, natural de Vitoria-ES, jornalista por formação e profissão, repórter, apresentador com passagens por redações de TV, rádio e jornal impresso. Muitos anos de profissão prestados ao esporte, com ênfase ao futebol. Desde criança, tricolor de coração, principal herança deixada por seu saudoso e grande tricolor pai.