Em condições normais, diferentemente do fiasco da semana passada, o jogo de ontem - com o Fluminense jogando o mínimo que se espera (o que é obrigação!) e apenas um tempo - não serviu muito como parâmetro. Ficou longe de empolgar alguém. Foi uma vitória tranquila e sonolenta. Um coletivo de luxo!

Inclusive duvido que a formação seja repetida num confronto mais equilibrado, ainda mais que exige um ótimo condicionamento dos jogadores da frente, difícil de manter o jogo todo.
Pode até ser aplicada numa circunstância de jogo, mas como padrão, acho difícil. Tanto é que o time reduziu o ímpeto depois.
Fora a liberdade que o time paulista teve para tocar a bola e conduzir na frente da nossa área, onde só tinham o Édson e o Cícero. Só não conseguiu melhores investidas, devido à limitação de seus jogadores.

Quanto a grande expectativa da noite, o Richarlison teve ótima movimentação e demonstrou muita vontade. Impressão foi boa.
Porém gostaria de vê-lo mais próximo ao Fred, sem ter que voltar tanto para marcar. Tenderá a criar mais oportunidades de gol. E pelo que pouco que vi, tem tudo para dar certo junto com o Fred, e ao contrário do que noticiaram, parece ter outro estilo: Tem explosão, força e velocidade. Sem falar que jogador novo quer mesmo é jogar, seja aonde for.
Respeitadas as devidas proporções, podem repetir, por exemplo, Romário (no início de carreira) e Dinamite; ou Edmundo e Evair. Com o mais velho sempre colocando a bola para o mais novo correr.

Já quem destoa categoricamente é o Oswaldo. Não consegue dar sequência a nenhuma jogada. Fraquíssimo!
Eu o sacaria para avançar o Cícero e resguardar mais a defesa quando o Pierre voltar. No meu modo de ver, Pierre, Édson, Cícero e Scarpa, Fred e Richarlison (este com menos deveres defensivos) devem formar a linha meio e ataque.

Já nas laterais, problemas crônicos. Até se esforçam, correm, criam algumas oportunidades, mas ninguém convence.
FLU precisam contratar, mas como e quem, ninguém sabe.

Então, A BENÇÃO JOÃO DE DEUS! Que venha a novela do Brasileirão, na qual começamos pegando o campeão mineiro, contra o qual costumamos ter dificuldades. Tomara que desta vez, mudemos essa sina.

Atuações:

Cavalieri - Exceto numa bola na trave e noutro de longe, não teve trabalho. Nota 6.
W.Silva - Caso curioso: Marca bem, tem excelente vigor físico, mas menos inteligência que cabelo. Não acerta um cruzamento, não tenta um chute a gol, não proporciona nenhum lance perigoso no apoio. Opta sempre pela jogada errada. Nota 5.
Gum - Embora tenha tido pouco trabalho, teve atuação tranquila e atenta. Nota 6.
Henrique - Na mesma linha do seu colega de zaga, porém tem bem mais recurso com a bola nos pés. Nota 7.
Giovanni - Não comprometeu, nem tão pouco convenceu. Estamos longe de resolver o problema da posição. Nota 5.
Édson - Atuação bem discreta. Nota 6.
Cícero - Sabe jogar, mas nitidamente está fora de posição. Nota 7.
Scarpa - Golaços e bons passes. O nome do jogo, mas infelizmente (parece) a bola da vez para ser negociado. Afinal o clube precisa custear o resto do ano. Nota 9.
Gérson - Sabe jogar, mas como se estivesse numa colônia de férias. Nota 6.
Oswaldo - Só cumpriu a parte tática que lhe foi designada e mais nada. Nota 3.
Marcos Júnior - É apenas melhor que o titular. O que não diz muito. Nota 5.
Fred - Apesar de muitos acharem que futebol se faz com a correria dos dois acima, pratica bem aquele futebol cadenciado, prático e inteligente que (ainda) dá resultado. Nota 7.
Richarlison - Evidente sua ansiedade e vontade em corresponder à oportunidade. Atuação positiva e pelo menos corre certo. Ganhou a posição. Nota7.
Magno Alves - Uma boa infiltração e chance de gol e só. Mesmo assim fez mais que o Oswaldo e Marco Júnior. Nota 6.

Saideira:

Como o segundo tempo estava chocho, confesso que eu e meu filho dividimos nossas atenções com o decisivo confronto OKC x Spurs na NBA. Um show dentro e fora de quadra. Dois timaços e um choque de realidade de público e organização.
Agora vem o confronto Golden States x OKC. Segurem-se nas poltronas. Só fera!

Já em Volta Redonda, dava para ouvir a gritaria e lamúria dos abnegados e corneteiros, como numa pelada de bairro.
E para que viajar e jogar para aquele público? Bariri, Moça Bonita, Conselheiro Galvão, Luso-Brasileiro, Caio Martins, Teixeira de Castro, (ahh, as Laranjeiras!) cabia e sobrava espaço, ainda mais naquele horário e com a violência que assola o falido Estado do Rio, sitiado de marginais. Tristeza...
Futebol brasileiro parou no tempo e no espaço. Como o Rio e o Brasil.

Falar em Brasil, espera-se nesta Sexta-Feira 13 que afastem parte dos maus agouros do país... Muita gente desempregada e endividada.
E que essa turma que ficou - afinal foi eleita na mesma chapa/coligação - mostre ao menos um pouco de serviço, pois até para roubar, terão que fazer o país voltar a arrecadar.

Bom fim de semana!

Lierson Ribeiro - lierson@bol.com.br